PARA QUÊ POESIA?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Menino de Rua




Menino da rua
.
carente de afeto.

Seu teto, este céu,

que as sombras da noite

coloriu de lilás.



Sua cama, a calçada

ou o vão do metrô.

Abrigo esquecido

de um sonho perdido,

há tempos atrás.


Seu futuro, abandono;

tesouro escondido,

um rosto embrutecido

no amanhecer.


Seu olhar; ousadia

que persiste e denuncia

a miséria que insiste

em residir, ainda,

em nosso ser.


Maria Inês/1994

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