PARA QUÊ POESIA?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Paisagem Urbana

Sampa 

 

Existirá um ser ainda humano,
nesta guerra cotidiana,
ainda assim, talvez
por isso mesmo, humana?
No silêncio prolongado,
nas palavras engasgadas,
no repúdio calado
da violência civil,
ou no suicídio lento
dos bastidores esquecidos,
numa guerra diferente
onde só restam vencidos,
e os seres (apenas seres)
estranhados em si mesmos
deixam traços embrutecidos
registrados em cada muro
da paisagem urbana,
onde a razão humana
aos poucos, se perdeu?


Maria Inês/1993

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