PARA QUÊ POESIA?

domingo, 2 de junho de 2013

Belíssima

Belíssima

E se a força que me surpreende
dessa grandeza imensa
pudesse mudar,enfim,
o curso da vida?

Talvez mais fácil seria

entender o significado
de nossa existência,
tão mesquinha.


Maria Inês/2911 — em Águas de Santa Bárbara.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Para meu filho


Felicidade

Meu filho


Lembro hoje, com saudades
de você ainda menino
correndo pelos campos,
nas terras em que passamos,
mergulhando em águas-delícias
daquele imenso Lago Azul.

Que tempo bom era aquele,
em que a minha ansiedade
era apenas a espera
entre um mergulho e outro!
Esperando pra ver você
outra vez, me acenando.

Tempo em que a minha alegria
era só a de ver você chegar,
rostinho rosado, suado,
correndo pra me abraçar,
trazendo no olhar a felicidade
de quem apanha a fruta no pé.

Que tempo bom era aquele,
em que eu podia ter você, assim!
O que eu ainda não sabia

é que aquele menino maluquinho
poderia um dia, quem diria?
ser feliz, sem mim.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Fios de Luz


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Mais uma vez
a noite cobriu de cinzas
meu abandono.
As lembranças são fios de luz
que passeiam em tua ausência
escrevendo um poema antigo
nas páginas de meu sono.
 
Na solidão de minh'alma vazia,
meu corpo pede o teu.
Agora é preciso reinventar
uma nova forma de existir,
sem tua presença.
 


















segunda-feira, 11 de junho de 2012

Luiza

Luz,

manhã clara.

Quando chegou

iluminou

nossas vidas

com o encanto

do amanhecer,

nas veredas floridas.

Menina e mulher,

por onde passar

e onde estiver,

sua graça será

ser sempre

luz.

Maria Inês/2002

Cópia de DSC01345 (2)

Concretude

 

Se os moradores da cidade
entendessem a poesia como tal,
então, nas teias dos sonhos
a edificariam,
em concretude real.

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domingo, 10 de junho de 2012

Poema sem Rima


DSC01291
Fiz um poema sem rima, sem encanto.
Deixei num canto, ao pó da estrada virgem.
Em meu protesto cantei a vida.

Mas minha angústia em prosa e verso
colada no anverso do tempo
foi censurada, calada, esquecida.

Então, gritei bem alto aos edifícios.
De meu protesto nasceu a morte
e eu morri, no asfalto da avenida.

Maria Inês Carpi, do livro Varal de Versos Diversos/1994

Postado por Maria Inês às 19:11 0 comentários Links para esta postagem
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